Tentar definir o que essa palavra significa talvez seja o primeiro passo para podermos comemorar um dia que celebra tal preceito.
A independência tem por significado básico a liberdade ou autonomia. A liberdade é algo tão buscado pelos homens ao longo da história que quando conseguida para uma coletividade encerra com a autonomia alheia. Buscamos liberdade para os outros e ao mesmo tempo criamos vínculos que são impossíveis de serem retirados. Assim aconteceu e acontece com o Brasil e qualquer outro país que diz estar debaixo do preceito de liberdade, somos livres talvez de um outro grupo de indivíduos, mas essa liberdade nos custa a prisão em outra coletividade. Isso é óbvio, alguns podem afirmar, no entanto, entender a liberdade ou a independência como algo que vai além de se criar uma autonomia puramente política é procurar entender como a relação entre países funciona.
Queremos, para atender a essa necessidade quase fisiológica, uma autonomia e liberdade total, mas não conseguimos isso de maneira completa pois a esses dois preceitos são impossíveis de serem alcançadas em plenitude e isso não é algo ruim, muito pelo contrário, é somente através de vínculos que podemos avançar para alguma meta.
O Brasil só consegue se estabelecer e continuar com seu Estado se negar sua autonomia econômica para que outros países invistam aqui e o contrário também ocorre. Ter um próprio sistema de economia é prova de liberdade nessa área, pode ser dito. Não podemos negar isso, mas devemos ter o bom-senso de vermos que em todo mundo, tudo funciona pois existem interações, uma liberdade almejada por uma “sociedade misantropa” é impossível.
As últimas décadas são marcadas pelo fenômeno chamado globalização, que prova maior há de que nossa independência só existe se formos dependentes uns dos outros? A idéia arraigada de independência nos traz algumas conseqüências não muito boas. Temos uma noção de coletividade ampla, se ouvimos que, por exemplo a renda per capita no Brasil cresceu, consideraremos um bom sinal, mas deixaremos de observar para os que vivem na miséria dentro da nossa própria cidade. Miséria? No Brasil? Como? Se ele cresce a cada dia?
Que possamos exercer um patriotismo que exalta nossas relações de dependência e não aquele patriotismo burro que deseja ansiosamente um título político de país de “primeiro mundo” e vibra com o título alcançado de “país em desenvolvimento”. Que possamos comemorar e celebrar o fatídico dia de sete de setembro com a idéia de total dependência entre nossos compatriotas e também de dependência a outros grupos ao redor do mundo. (In)dependência ou morte!
Retirado do excelente blog: Rapensando.blogspot.com
(In)dependência ou morte!
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