Dialeto | Munique

O filme mostra o conflito infindável entre Judeus e Palestinos pela posse da terra no Oriente-médio. Em um diálogo entre um agente da Massad (espécie de CIA israelita) e um militante da OLP (Organização para Libertação da Palestina) sobre a futilidade dos conflitos por uma terra que nem é produtiva, o mulçumano chega a seguinte conclusão: “mas, a terra é tudo”.

Sem terra perdemos nossa identidade. Esta verdade se aplica no sentido literal, mas também metaforicamente. Aqueles que na vida já passaram por grandes perdas descrevem este momento como uma sensação de “perderem a terra debaixo dos pés”. Perder a terra debaixo dos pés é se sentir sem rumo, sem identidade, questionar o sentido da existência e do propósito da vida. Não é justificável, mas é no mínimo compreensível, a razão porque muitos morrem defendendo suas terras ou em busca da conquista de outras. Se sentir sem terra é ser um peregrino e ser um peregrino é se sentir completamente desajustado e desconfortável, mas ao mesmo tempo em busca de algo.

Vivemos como peregrinos em busca da terra. Uma terra que não é necessariamente uma localização geográfica, mas sim uma estação final. Lá, encontraremos descanso para alma e sentiremos que fomos preparados para lá vivermos. Voltaremos ao habitat natural. Enquanto isso, se vive em gaiolas, enclausurados, nos sentimos desconfortáveis, algo como não possuir terra debaixo dos pés. No entanto, não podemos desistir de lutar pela pátria que nos é prometida (Fp 3.20), mesmo que tenhamos que derramar no exílio o nosso sangue.

Por Felipe Assis

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